segunda-feira, 19 de abril de 2010


Os índios da região devem ter a melhor perspectiva de vida possível. Até porque são brasileiros índios; 80% do efetivo do Exército na Amazônia tem origem indígena. Temos batalhões inteiros formados por índios. O V Batalhão de Infantaria da Selva tem 23 etnias e ali, fora oficiais e sargentos, todos são índios.

No 5º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS), responsável por resguardar a fronteira brasileira com a Colômbia e a Venezuela, os indígenas não têm patentes. São todos soldados que trabalham por alguns anos no Exército antes de voltar para suas comunidades. Dos 280 jovens incorporados ao serviço militar em 1995, cerca de 200 são índios. A maioria deles vem das regiões de fronteira, como Iauaretê, Querari, São Joaquim, Cucuí e Maturacá, bem distantes dos centros urbanos. O Exército tinha grande dificuldade de recrutar pessoal entre os rapazes urbanos da Amazônia. Eles sempre resistiram a ficar num batalhão no fim do mundo, fazendo exercícios na mata. A alternativa foi o recrutamento de forças locais. Os exercícios de sobrevivência na selva, que para militares comuns seriam um tormento, para os índios são como férias muitos chegam a engordar. Se por um lado estranham a hierarquia castrense, por outro apreciam o salário, de 530 reais, e o espírito guerreiro, um importante valor na cultura indígena. "Entrei no Exército para defender a minha aldeia", conta o índio Reinaldo Lourenço da Silva, da tribo curipaco, que vive em São Joaquim, na fronteira com a Colômbia. "Eles são ótimos soldados", garante o tenente-coronel Gimilson Marques da Silva, comandante do 5º BIS.

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