sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Depois de 26 anos de luta, confesso que estou cansado e decepcionado.

Depois de respirar aliviado vendo o fim da Guerra que nunca começou que separava o mundo, do pesadelo nuclear.

Depois de ver que era possível derrubar os muros da intolerância.

Depois de ver o gigante da revolução operária ruir como todos os impérios

Depois de ter vivido o fim da mordaça militarista que regia o país, depois de sonhar em ter um país democrático com as Diretas Já.

De olhar os excluídos com compaixão, buscando mecanismos que pudessem tirá los desta situação, lutando por saúde, educação, moradia, alimento, trabalho, condições mínimas de sobrevivência, dignidade e justiça.

Acreditar que a igreja era este caminho, que era o desejo de “D-us”, como bem ensinou seu maior seguidor o excluído Jesus e seu movimento.

Que a teologia da libertação dava as respostas para estes anseios que mostrava o caminho, que melhor decodificava e exemplificava a obra do Nazareno.

Que os movimentos sociais eram o caminho, a práxis desta teologia, que os sindicatos e a CUT assim como o Partido dos Trabalhadores eram a voz política dos trabalhadores, que o MST era a voz dos trabalhadores rurais, em suas lutas contra a exploração.

Que era possível sonhar com um lugar justo onde todos eram iguais, livres, que viveriam como uma grande família que respeita as diferenças de cada semelhante.

Hoje o “povo” – os trabalhadores- “chegou ao poder“, fim da divida, empregos, “moradias”, os mesmos líderes os mesmos erros, a oposição é situação e vice versa.

Os gigantes se tornaram anões, o coletivo se tornou individual, o sonho se tornou pesadelo, a esperança em desilusão, como um veterano que volta da guerra e encontra tudo diferente ao seu redor não consegue, mas se adaptar resta seguir o caminho, esperando a morte chegar.

Agradeço a todos que acompanharam o blog Manifest, que a partir de hoje não será mais postado, lamento informar que abandonei a luta, abandonei as convicções, abandonei a filosofia, abandonei a igreja, abandonei a política, abandonei a esperança, abandonei o sonho...

O ser humano, a ganância, o egoísmo, a mentira, a traição, o cansaço e a fatiga me venceram, apunhalado nas costa fui deixado para morrer, mas sobrevivi.

Estou em um novo projeto que sempre me seguiu nos anos de luta, minha religião, minha droga, meu escape, o bom e velho ROCK´N´ROLL.

O blog PSYCHOKILLER (http://psychokillerzine.blogspot.com), já que Curitiba é a capital do Psychobilly.

Valeu

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Filosofo inglês Roger Scruton autor do livro “As Vantagens do Pessimismo”


" O otimismo é prejudicial quando é desmedido, mal intencionado e inescrupuloso. É o tipo de pensamento que está por trás de todas as tentativas radicais de transformar o mundo, de superar as dificuldades e perturbações típicas da humanidade por meio de ajustes em larga escala, de uma solução ingênua e utópica, como o comunismo, o fascismo e o nazismo.

Otimismo e utopia em excesso geralmente acabam em nada.

O pensamento utópico sobrevive porque não se trata de uma idéia de fato, mas em um substituto de uma idéia, algo que se serve de alivio para a difícil, e geralmente depressiva, tarefa de ver as coisas como elas são realmente. É uma forma de vicio, um curto-circuito que afasta os indivíduos da razão e do questionamento racional e efetivo. O pensamento utópico nos remete diretamente para um objetivo, passando por cima da viabilidade do projeto. É fácil digeri-lo e se embeber do seu otimismo mal-intencionado e sem fundamento. O problema vem depois, quando a utopia termina em fiasco.

O problema é que a questão ambiental foi parar nas mãos erradas. A esquerda transformou a proteção do meio ambiente em uma causa, em um movimento que necessita de intervenções estatais, em um assunto no qual há culpados e vitimas. No caso, os culpados são os capitalistas e a vitima é o planeta. A esquerda adora o culto a vitima.

Esta tradição esquerdista, que vem desde o século XIX e de Karl Marx, em particular. Consiste em julgar toda forma de sucesso humano a partir do fracasso dos outros. Com base nisso, engendrar um plano de salvação para os mais fracos. Esse é um dos motivos pelos quais os movimentos de esquerda continuam a fazer sucesso. Eles sempre oferecem uma causa justificável e uma vitima a ser resgatada.

No século XIX a esquerda pretendia salvar os proletários, nos anos 60 a juventude, depois vieram às mulheres, depois os animais, agora eles pretendem resgatar o planeta, a maior de todas as vitimas que encontraram para justificar os atos.

Ora as questões ambientais são reais e não podem ser enclausuradas na ideologia de esquerda, temos o dever de cuidar do ambiente e sacrificar nossos desejos, para garantir um lar, um futuro para as próximas gerações. O problema é radicalizar a questão no bojo de um movimento com conotações ate religiosas, preservar o ambiente virou uma questão de fé.

Esta na hora de acabar com o pensamento de que a sociedade é um jogo de soma zero, segundo o qual se ganhar o outro tem de perder.

Com práticas ambientais sustentáveis todos ganham.

“Soma Zero” é o refrão central dos socialistas, é o principal inimigo da caridade, da gentileza e da justiça. Na política internacional essa forma de pensar se expressa com toda a clareza no antiamericanismo, os Estados Unidos se tornaram o principal alvo dos ressentidos, dos que se consideram fracassados por causa do sucesso alheio.

Eu acordei do meu delírio socialista durante os tumultos de maio de 1968, em Paris. No meio da destruição, das barricadas e das janelas quebradas, percebi que aqueles estudantes estavam intoxicados pelo simples desejo de destruir coisas e idéias, sem a mínima preocupação em colocar algo relevante no lugar.

Em todo o mundo, as universidades tem uma declarada inclinação pela esquerda, isso vem desde o iluminismo, uma conclusão para isto é que: - quando uma pessoa começa a pensar sobre as grandes questões que afligem o homem e a sociedade, tende a aceitar as posições de esquerda, pois elas parecem oferecer soluções.

Ao pensar além, ao se aprofundar, a pessoa aprende a duvidar e rejeita o argumento esquerdista. Nas universidades muita gente pensa, mas poucas refletem profundamente.

Conservador é alguém que considera a liberdade um valor, um objetivo, mas não chama isso de um ideal. O conservador reflete sobre coisas reais e sabe que a liberdade verdadeira é obtida sob leis e regras, pois sem instituições não há liberdade, mas selvageria"...


http://ecologia-clima-aquecimento.blogspot.com/